O Livro do Gênesis

03/02/2022

"Bereshit bará Elohim et hashamaim ve-et haáretz". (Gênesis 1.1)

"No princípio, criou Deus os céus e a terra." (Gn. 1.1)

Gênesis é o termo grego - de onde vem "gênese" em português - com que a Septuaginta nomeia o primeiro livro da Bíblia. É o primeiro livro tanto da Bíblia Hebraica como da Bíblia Cristã. Significa "origem" ou "princípio", o que corresponde de um modo geral ao conteúdo do livro. Com efeito, nele são narrados, desde uma perspectiva religiosa, as origens do universo, da terra, do gênero humano e, em particular, do povo de Israel. Na Bíblia Hebraica, este livro tem como título a sua primeira palavra, Bereshit, comumente traduzida por "No princípio" e pertence ao conjunto dos cinco primeiros livros, chamado de Pentateuco ou Torá, que formam uma só mensagem com o objetivo de instruir o povo de Israel no fundamento daquilo que Deus queria que eles cressem. Deus quis construir um fundamento sobre qual todas as coisas seriam construídas.

O livro do Gênesis tem sido por vezes chamado de "semente-enredo" de toda a Bíblia. A maioria das principais doutrinas da Bíblia é introduzida de forma "semente" no livro de Gênesis. Junto com a queda do homem, a promessa de Deus de salvação ou redenção é registrada (Gênesis 3:15). As doutrinas da criação, imputação do pecado, justificação, expiação, depravação, ira, graça, soberania, responsabilidade e muitas outras são abordadas neste livro de origens chamado Gênesis.

Muitas das grandes questões da vida são respondidas em Gênesis. De onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos?. Gênesis é atraente ao cientista, ao historiador, ao teólogo, à dona de casa, ao agricultor, ao viajante e ao homem ou mulher de Deus. É um começo adequado para a história de Deus do Seu plano para a humanidade.

Deus criou um universo que era bom e livre do pecado. Deus criou o homem para ter um relacionamento pessoal com Ele. Adão e Eva pecaram e, assim, trouxeram o mal e a morte ao mundo. O mal aumentou de forma constante em todo o mundo até que houve apenas uma família em que Deus encontrou algo de bom. Deus enviou o Dilúvio para acabar com o mau, mas salvou Noé, sua família e os animais na Arca. Após o Dilúvio, a humanidade começou novamente a se multiplicar e a se espalhar por todo o mundo. Pelo menos esse era o plano de Deus.

No que as pessoas criam quando a mensagem do Pentateuco foi dada a Moisés?

Como já dissemos, o pentateuco corresponde ao conjunto dos cinco primeiros livros da bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e também é conhecido pelos judeus como Torá. O pentateuco foi dado ao povo Israelita no período pós escravidão egípcia. Quando o povo enfim é libertado do cativeiro após um período de aproximadamente 430 anos, eles começam a viver muitas maravilhas em sua peregrinação para a terra prometida. E uma das mais maravilhosas revelações que Moisés recebe são as Leis que são dadas a ele, por Deus, no Monte Sinai as quais, posteriormente, coloca em livros. É claro que além das revelações diretas de Deus, Moisés complementa o Pentateuco com outras fontes mas, sempre direcionado pelo Todo Poderoso. O próprio Moisés cita no livro de Números, outra fonte em que ele se baseou: "Pelo que se diz no Livro das Guerras do Senhor: Vaebe em Sufa, e os vales de Arnom..." (Números 21.14).
Por volta do ano 1440-1450 a.C, o Pentateuco é dado a Moisés no Monte Sinai, em um momento anterior a sua própria morte, ao povo israelita. Sob a liderança de Josué e Calebe o povo entra com esse material na terra prometida. Mas o que estava se passando no coração e na cabeça daquele povo depois de tantos anos vivendo em um contexto religioso egípcio? No que eles criam? Qual era a fé dos Israelitas? É sabido pelo próprio Pentateuco e pelos livros seguintes que esse povo, separado por Deus, não cria somente no Deus Yavé. Esse povo estava apegado a muitos outros deuses. Mas, de onde vieram esses deuses? Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo até chegarmos a Noé.

"São estas as gerações dos filhos de Noé, Sem, Cam e Jafé;... os filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra... o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Daquela terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir e Calá." (Gênesis 10. 1,6,8, 10, 11). 

O capítulo 10, versículo 8 do livro do Gênesis diz que: Cuxe gerou a Ninrode. Após a morte de Nóe, seus descendentes começam a habitar a terra no qual um deles se destaca: Ninrode, bisneto do Noé. Ninrode começa aquilo que chamamos de "base principal de toda religião babilônica". Possivelmente, também foi chamado de Sargão de Acádia o qual começou a ser poderoso na terra. É possível que Sargão de Acádia, acerca de quem muitos historiadores antigos afirmam que foi o primeiro rei da Babilônia, possa ser o Ninrode (que significa "devemos nos rebelar"). Muitas pessoas nos tempos antigos tinham mais de um nome."  (Dr. Thomas L. Constable - Dallas Theological Seminary).

O que o texto quer dizer quando se refere a "poderoso na terra" ? Vendo assim, podemos até pensar que ele era um homem de muita fama e que fazia o bem. Mas não. Se refere totalmente ao contrário. "Caçador", no contexto hebraico, não está relacionado a caçador de animais e sim a caçador de pessoas. Ele foi o primeiro rei a escravizar pessoas. Após o dilúvio, Ninrode começou a juntar, em baixo de si, pessoas as quais ele passou a dominá-las. Segundo a história foi Sargão de Acádia, o fundador de Babel e Nínive, ou seja, ele foi o fundador das maiores e mais terríveis cidades da antiguidade humana e Babel foi o princípio do seu reino. Ninrode foi o primeiro rei poderoso após o dilúvio. A história desse rei está relatada tanto na Bíblia como em materiais extra bíblicos como os livros da própria história da religião babilônica.

"Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra". (Apocalipse 17.5)


Flávio Josefo

O historiador Flávio Josefo, relata em um de seus livros um pouco da história de seu povo:


"Pouco a pouco transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre [...] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas." 

(Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas)

Segundo a tradição dos próprios judeus e dos babilônicos, Ninrode desejava reunir toda a humanidade em torno de si mesmo:  

"Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda terra." (Gênesis 11.4).

Mas a ordem de Deus era outra: 

"E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra..." (Gênesis 1.28)

A intenção de Deus era que seu nome, Yavé, fosse conhecido em toda terra. Deus não queria que acontecesse a mesma coisa que aconteceu antes do dilúvio quando as pessoas não temiam o seu nome. Ninrode não queria promover o nome de Deus, mas sim o seu próprio nome. Assim, de acordo com a tradição judaica e babilônica, Ninrode ficou conhecido como príncipe dos céus. Muitos estudos históricos-teológicos, assim como as próprias tradições, conta que Ninrode casou-se com uma senhora chamada Semíramis se intitulando "deus sol" ao mesmo passo que sua esposa se intitulou a "deusa da lua", surgindo assim os primeiros falsos deuses. 

"Portanto, que estou querendo dizer? Será que o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coisa? Não! Quero dizer que o que os pagãos sacrificam é oferecido aos demônios e não a Deus, e não quero que vocês tenham comunhão com os demônios." (1 Coríntios 10.19,20)

O tema predominante de Gênesis é a existência eterna de Deus e a criação do mundo. Não há nenhum esforço por parte do autor de defender a existência de Deus; ele simplesmente afirma que Deus é, sempre foi e sempre será o Todo-Poderoso sobre todos. Da mesma forma, temos confiança nas verdades de Gênesis, apesar das afirmações daqueles que o negam.  

Todas as pessoas, independentemente da cultura, nacionalidade ou língua, terão que prestar contas diante do Criador. Não obstante, por causa do pecado, introduzido ao mundo pela "queda", somos separados de Deus. No entanto, através de uma pequena nação, Israel, o plano redentor de Deus para a humanidade foi revelado e feito acessível a todos. 

Alegremo-nos com esse plano !

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